terça-feira, 23 de outubro de 2018

VEM AI A SKYNET - SERÁ CRIADO PELOS EUA





Um drone de combate MQ-9 Reaper disparando um míssil (Foto: Associated Press)

Na última segunda-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o National Defense Authorization Act (Ato de Autorização para Defesa Nacional) – ou simplesmente “NDAA” –, que garante um acréscimo substancial de verba para mecanismos de defesa do país. Ao todo, o ato confere investimentos de US$ 717 bilhões. A maior parte desse valor será aplicada na fabricação e produção de caças, navios e porta-aviões com capacidade de combate, mas projetos em inteligência artificial conduzidos pelo Pentágono também serão beneficiados com o aumento.
Mas segure mais alguns minutos a sua vontade de compartilhar isso no Facebook com alguma piada dizendo que “a Skynet começou assim”: ao invés de começarem o Juízo Final com um exército de robôs assassinos sem controle humano (existe um nome para eles, aliás: Lethal Autonomous Weapons Systems, ou “Sistemas de Armas Autônomas Letais”), especialistas dizem que tais projetos seguem mais a linha de avaliação de imagens e feeds de vídeo em tempo real.
De acordo com o Sludge, que conversou com Theodore Johnson, expert em ciberoperações e inteligência, além de ex-comandante da Marinha, “a forma como a inteligência artificial é usada na aquisição de inteligência será uma revolução bem maior do que a sua aplicação em força letal”. O ex-comandante explica que “não há olhos suficientes para analisarem cada minuto de vídeo. Mas se você puder treinar uma aplicação com inteligência artificial para que ela assista a todo esse conteúdo e marque aquilo que necessite de avaliação humana, então não há limite sobre o volume de dados que você pode adquirir e processar”.

Análise via IA não será como “dar um Google”

Lembra da piada com a Skynet? Agora é a hora de fazê-la. Como em todo projeto de defesa nacional, há detratores e opositores neste caso. O motivo: o controverso “Projeto Maven” é um dos beneficiários desse aumento de verba. Em 2017, o Maven tinha US$ 16 milhões alocados para o seu desenvolvimento. Neste ano, esse valor saltou para US$ 93,1 milhões.
Se você acompanha o Canaltech, o nome “Maven” não lhe é estranho: trata-se do projeto de avaliação em tempo real de feeds de vídeo em ambientes de conflito bélico. Encomendado pelo Pentágono, mas conduzido como uma parceria público-privada, o Maven já teve como contratada a Google, que estava conduzindo pesquisas no campo de inteligência artificial para essa encomenda, até que funcionários da empresa protestaram sua participação, o que levou a gigante da internet a anunciar que não renovaria o contrato. O motivo: apesar das funções pesquisadas para a IA aplicada no projeto serem bem específicas, profissionais do setor apontam que de fato existe a aplicabilidade da análise de feeds de vídeo de forma letal. Há quem argumente que é possível, por meio de tal análise, ordenar ataques aéreos via drones em pontos específicos.
Hoje, o Projeto Maven se encontra em hiato temporário, uma vez que o caráter de parceria público-privada desse contrato obriga o Pentágono a buscar um parceiro em empresas particulares. Até agora, ninguém mostrou interesse em participar do projeto, porém o contrato atual “amarra” a Google até meados de 2019, então isso ainda pode mudar.


FONTE:https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/pentagono-aumenta-verba-em-580-para-programas-em-inteligencia-artificial-120370/

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